𝗜𝗻𝘀𝘁𝗶𝘁𝘂𝘁𝗼 𝗡𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗹 𝗱𝗲 𝗦𝗮ú𝗱𝗲 𝗣ú𝗯𝗹𝗶𝗰𝗮 𝗲 𝗽𝗮𝗿𝗰𝗲𝗶𝗿𝗼𝘀 𝗽𝗿𝗼𝗺𝗼𝘃𝗲𝗺 𝘀𝗲𝗺𝗶𝗻á𝗿𝗶𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗮𝘀𝘀𝗶𝗻𝗮𝗹𝗮𝗿 𝗱𝗶𝗮 𝗠𝘂𝗻𝗱𝗶𝗮𝗹 𝘀𝗲𝗺 𝗧𝗮𝗯𝗮𝗰𝗼

O Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), a Comissão de Coordenação do Álcool e outras Drogas (CCAD), em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), realizaram esta quarta-feira, 31 de maio, um seminário para assinalar o ato central das comemorações do Dia Mundial Sem Tabaco assinalado anualmente a 31 de maio.

Este ano, a efeméride foi assinalada sob o lema “𝗩𝗮𝗺𝗼𝘀 𝗖𝘂𝗹𝘁𝗶𝘃𝗮𝗿 𝗮𝗹𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼𝘀, 𝗻ã𝗼 𝘁𝗮𝗯𝗮𝗰𝗼”, com a finalidade de mobilizar os governos para acabar com os subsídios ao cultivo do tabaco e direcionar os recursos economizados para programas de substituição de culturas que ajudem os agricultores a fazer transição e melhorar a segurança alimentar e nutricional.

O Secretário de Estado Adjunto da Ministra da Saúde, Dr. Evandro Monteiro, ao fazer a sua intervenção na abertura do evento, sublinhou que este ano, o lema alusivo a data “danos oportunidade de pensar e orientar políticas, também a saúde ambiental, com reflexos diretos na saúde do nosso planeta e do seu ecossistema”.

Segundo precisou aquele responsável, quase 10% da população adulta Cabo-verdiana consome o tabaco, e destes 10%, mais de 70% consomem quase 20 cigarros diariamente, entretanto, acrescentou ainda que anualmente regista-se em média mais de 100 mortes por ano em Cabo Verde, quase 1 em cada três dias trazendo custos diretos e indiretos na ordem de 1.62 milhões de contos todos os anos ao Estado de Cabo Verde.

“É considerada uma verdadeira epidemia sendo uma das maiores ameaças a saúde pública no mundo, o principal precursor das doenças crónicas não transmissíveis e constituindo, portanto, um enorme fardo do ponto de vista social e económico cultural e civilizacional em qualquer sociedade”, afirmou.

Para a Representante da OMS, Dra. Edith Pereira, este dia é uma oportunidade para renovarem as suas ações de sensibilização em matéria de políticas eficazes que servem para travar a epidemia do tabaco e o seu impacto nos indivíduos nas sociedades e nas nações.

De acordo com a Dra. Edith, a nível mundial o número de consumidores do produto do tabaco está a diminuir, ao contrário da região africana que segundo a mesma, continua a aumentar.

Neste particular, avançou ainda que o número de fumadores na região africana da OMS aumentou em cerca de 64 milhões de adultos em 2000 para 73 milhões em 2018.

“Estamos perante um grande desafio em termos de segurança alimentar e nutricional imposto pela crescente cultura do tabaco sobretudo na nossa região africana”, disse acrescentando que a OMS vem apoiando os países na implementação do tratado internacional que tem por objetivo reduzir o peso do consumo do tabaco.

Por sua vez, a Secretária Executiva da CCAD, Dra. Zania Correia e Silva, realçou sobre a importância da criação da data, e apontou que a nível mundial o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas anualmente dos quias mais de 7 milhões decorrentes do uso direto do produto.

Em Cabo Verde, de acordo com dados do inquérito de doenças não transmissíveis de 2021, apontados pela Dra. Zania, a permanência atual do fumo do tabaco na população adulta Cabo-verdiana é de 9,6%, prevalência esta que é mais elevado nos homens (15, 7%), do que nas mulheres (3,2%).

O Seminário do ato central do Dia Mundial Sem Tabaco contou com vários painéis, nomeadamente “Os Impactos do Cultivo do Tabaco sobre o Meio Ambiente”; apresentação dos resultados do ’Estudo sobre o impacto das medidas fiscais sobre os produtos do tabaco adotados por Cabo Verde; “Lançamento do Protocolo e instrumentos Cessação Tabágica e cuidados primários de Saúde”; e apresentação da ’Estratégia multissetorial de comunicação para a prevenção e o controlo do tabagismo em Cabo Verde’’.